Imagens Goticas *

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O Casal Arnolfini,de Jan van Eyck
O Casal Arnolfini é o mais famoso quadro do pintor flamengo Jan van Eyck, pintado em 1434. A obra exibe o então rico comerciante Giovanni Arnolfini e sua esposa Giovanna Cenami, que se estabeleceram e prosperaram na cidade de Bruges (hoje Bélgica), entre 1420 e 1472. Nos dias de hoje, os historiadores da arte discutem exatamente a imagem que o quadro representa; a tese dominante durante muito tempo, introduzida por Erwin Panofsky em um ensaio de 1934, assegura que a imagem corresponde aomatrimónio de ambos, celebrado em segredo e testificado pelo pintor. Contudo, muitas outras interpretações têm sido propostas acerca da obra, e o consenso atual é que a teoria de Panofsky seria, dificilmente, sustentável. Especula-se sobre a presença efetiva do pintor no casamento dos Arnolfini, pois isso explicaria o porquê do pintor neerlandês ter escrito no quadro, em latimJohannes de Eyck fuit hic(jan van Eyck esteve aqui).
Em todo caso, a pintura - desde 1842 na National Gallery de Londres - é considerada uma das obras mais notáveis de Van Eyck. É um dos primeiros retratos de tema não hagiográfico que se encontram conservados, e, por sua vez, representa uma relativa cena costumeira. O casal se apresenta de pé, em sua alcova; o esposo bendiz a sua mulher, que lhe oferece sua mão direita, enquanto apoia a esquerda no seu ventre. A pose das personagens resulta-se teatral e cerimoniosa, praticamente hierática; alguns especialistas vêem nessas atitudes fleumáticas certa comicidade, ainda que a estendida interpretação que se vê no retrato, a representação de um casamento atribui a isso seu ar pomposo.
A obra, considerada muito inovadora para a época em que foi concebida, exibe diversos conceitos novos relativamente às perspectivas e à acentuação dos segundos planos. Note-se o espelho no fundo da composição, em que toda cena aparece invertida, tal como a imagem do próprio artista.
O Casal Arnolfini é o mais famoso quadro do pintor flamengo Jan van Eyck, pintado em 1434. A obra exibe o então rico comerciante Giovanni Arnolfini e sua esposa Giovanna Cenami, que se estabeleceram e prosperaram na cidade de Bruges (hoje Bélgica), entre 1420 e 1472. Nos dias de hoje, os historiadores da arte discutem exatamente a imagem que o quadro representa; a tese dominante durante muito tempo, introduzida por Erwin Panofsky em um ensaio de 1934, assegura que a imagem corresponde aomatrimónio de ambos, celebrado em segredo e testificado pelo pintor. Contudo, muitas outras interpretações têm sido propostas acerca da obra, e o consenso atual é que a teoria de Panofsky seria, dificilmente, sustentável. Especula-se sobre a presença efetiva do pintor no casamento dos Arnolfini, pois isso explicaria o porquê do pintor neerlandês ter escrito no quadro, em latim, Johannes de Eyck fuit hic(jan van Eyck esteve aqui).
Em todo caso, a pintura - desde 1842 na National Gallery de Londres - é considerada uma das obras mais notáveis de Van Eyck. É um dos primeiros retratos de tema não hagiográfico que se encontram conservados, e, por sua vez, representa uma relativa cena costumeira. O casal se apresenta de pé, em sua alcova; o esposo bendiz a sua mulher, que lhe oferece sua mão direita, enquanto apoia a esquerda no seu ventre. A pose das personagens resulta-se teatral e cerimoniosa, praticamente hierática; alguns especialistas vêem nessas atitudes fleumáticas certa comicidade, ainda que a estendida interpretação que se vê no retrato, a representação de um casamento atribui a isso seu ar pomposo.
A obra, considerada muito inovadora para a época em que foi concebida, exibe diversos conceitos novos relativamente às perspectivas e à acentuação dos segundos planos. Note-se o espelho no fundo da composição, em que toda cena aparece invertida, tal como a imagem do próprio artista.



Aspectos formais e estilísticos Género e técnica

O retrato é uma obra isolada, pintada a óleo sobre tábua de carvalho. A pintura a óleo consiste em pigmentos (pó de substância corante, como terra e flores). O óleo utiliza azeite de tratamento, como solvente, e azeite de linhaça como aglutinante. As vantagens do óleo são sua resistência e plasticidade.

O óleo foi uma técnica aperfeiçoada pelos irmãos van Eyck, e Jan demonstrou nesta obra a rica e dúctil gama cromática da técnica, que lhe permitiu criar amplas superfícies de cores vivas, como a roupa de cama e o manto verde da esposa. Apresenta claras vantagens sobre atêmpera, que era a técnica mais difundida até o momento; é mais importante e luminoso, pois permite um melhor tratamento da perspectiva, do ar e da luz; ao serem mais consistentes, os objetos podem ser representados com maior exatidão; e seca mais devagar, por isso pode-se trabalhar com maior sossego.

O estilo

A obra é um fiel reflexo das características de estilo do gótico flamengo e, sobretudo, é um compêndio do estilo de seu autor. Em sua composição sobressaem:

§                     os detalhes: por ser uma pintura concebida para a exibição doméstica, o que permitiria vê-la de perto, os detalhes se misturam com uma escrupulosidade microscópica, somente possível graças ao emprego do óleo e de enfeites especiais. Por exemplo, no espelho do fundo - em cujo marco estão representadas dez cenas da Paixão de Cristo - se reflete toda a habitação de trás, inclusive todo o mobiliário, o casamento, outras duas pessoas e o vitrô com uma vista de Bruges.

§                     o deleite na reprodução dos objetos: os flamengos se orgulham do bem-estar material que conseguiram, de suas pequenas posses, e as representam em suas obras: a lâmpada, os móveis finamente trabalhados, a roupa etc. Nesta obra aparecem, além disso, outros objetos aparentemente injustificados; a tese de Panofsky se apóia em alto grau neles.

§                     a naturalidade: van Eyck se preocupava muito em representar a realidade com a maior exatidão possível, ainda que o olho moderno da imagem pareça escassamente realista pela atitude hierática dos retratados - inclusive o cão. O movimento é nulo na imagem; as formas têm uma solidez escultural, e a cena, em geral, é rígida, teatral e pouco espontânea.

§                     a preocupação com a luz e com a perspectiva: próprias de van Eyck, que nisso se adiantou a seu tempo. A luz que penetra pela janela é suave e envolve as formas delicadamente, a claridade se dissolve, pouco a pouco, em uma atmosfera tangível; o marco arquitetônico e o recurso do espelho de fundo dão uma sensação de profundidade muito verossímil. O próprio Diego Velásquez se inspirou nesta obra ao pintar La Familia de Felipe IV.

O verdadeiro conteúdo da obra

Os protagonistas


Giovanni de Arrigo Arnolfini, rico comerciante italiano(oriundo de Lucca), fixado em Bruges desde 1421. Desempenhou cargos de importância na corte de Filipe III, duque de Borgonha, a cujo ducado pertenciam, então, os Países Baixos.
Jeanne ou Giovana Cenami procedia de uma abastada família italiana que vivia em Paris; seu casamento havia sido planejado com muito cuidado. Por desgraça, não resultou como se esperava: não tiveram filhos e, anos depois, Arnolfini foi levado aos tribunais por causa de uma amante despeitada que buscava compensação.

 

O realismo

Chama a atenção o realismo óptico, baseado na minudência microscópica e numa magistral captação da luz e a perspectiva, a quietude, sobretudo, o orgulho pelo bem-estar material que conseguiram, e por suas pequenas posses: a lâmpada, os móveis finamente trabalhados, a roupas... Este é um aspecto muito chamativo nesta obra; já que aparece uma infinidade de objetos sem motivo aparente.

O simbolismo

Porém, precisamente, graças a estes pequenos objetos, próprios de uma sociedade que vivia na opulência, o especialista em História da Arte, Erwin Panofsky, conseguiu desvendar o significado deste quadro: o qual interpreta como uma alegoria do casamento e da maternidade. Para isso, nos revela o sentido de multidão de detalhes que, aparentemente, carecem de importância, mas que são uma nova dimensão à obra. Alguns desses pormenores são:
Jan van Eyck 007.jpg Jan van Eyck 003.jpg
§                     Em primeiro lugar, a representação do casal, que é antagônica e revela os diferentespapel que cumpre cada um no casamento. Atenta-se para o fato de se tratar duma sociedade de mais de 500 anos atrás, entre a Idade Média e a Idade Moderna: ele é severo, bendiz ou, quiçá, jura (fides levata) - em qualquer caso, ostenta o poder moral da casa (potestas) - e segura com autoridade a mão de sua esposa (fides manualis), que inclina a cabeça em atitude submissa e pousa sua mão esquerda em seu avultado ventre, sinal inequívoco de sua gravidez (que não é real), que seria sua culminância como mulher. As mesmas roupas que reforçam esta mensagem, apesar de que a ambientação sugere um tempo de verão, ou quando menos primaveril, leva pesadas túnicas que revelam sua alta posição socioeconômica, o tabardo (antigo capote, de mangas e capuz) dele é escuro e sóbrio (ainda que os remates de pele demarta custavam, particularmente, caros), e ela se destaca com um ostentoso vestido, de cores vivas e alegres, com punhos de arminho(complementados com um colar, vários anéis e um cinto todo brocado, todo em ouro).
Há, em segundo plano, uma multidão de detalhes, objetos que aparecem sem justificativa aparente, como se carecessem de importância. Tudo que contém no quadro proclama a riqueza do jovem casal, desde o vestuário e os móveis, até as frutas no parapeito da janela. Certamente, o casal parece ter reunido os objetos de muitos países da Europa: Rússia, Turquia, Itália, Inglaterra, França e outros. Sem dúvida, Arnolfini, rico mercador, travou amizade ou negócios com empresários de toda a Europa. Como se sabe, Bruges, onde se instalou Giovanni, era um centro fervilhante de burgueses de todas as partes; e este mercador que protagoniza o quadro se gabaria de suas relações com eles. Definitivamente, o certo é que todos têm um significado nítido que dá uma nova dimensão à obra:
§                     As laranjas, importadas do sul, eram um luxo no norte da Europa, e aqui aludem, talvez, à origem mediterrânea dos retratados. Conhecidas como "maçãs do Éden" (podem se tratar de uma evocação do paraíso perdido), em alusão ao pecado mortal da luxúria, provável motivo da perda da graça. Os instintos pecaminosos da humanidade se santificam mediante ao ritual do matrimônio cristão.
§                     A cama tem relação, sobretudo na realeza e na nobreza, com a continuidade da linhagem e do sobrenome. Representa o lugar onde se nasce e se morre. Os tecidos vermelhos simbolizam a paixão, além de proporcionar um poderoso contraste cromático com o verde da indumentária feminina. Era costume da época, nas casas confortáveis da Borgonha, colocar uma cama no salão onde se recebiam as visitas. Ainda que, geralmente, era usada para se sentar, ocasionalmente, era também o lugar onde as mães acabadas de dar a luz recebiam, com seu bebê, as congratulações dos parentes e amigos.

 Retábulo de Gandfechado
 

 Adão, no Retábulo de Gand         Eva, no Retábulo de Gand
                                  




Detalhe de uma das torres da Catedral de Notre-Dame de Laon, na França,
catedral foi uma das primeiras do país a serem construídas com traços góticos.


Pessoas avistando uma das entrada do oeste da

Os portais possuem traços ogivais góticos e foram construídos durante meados do século 

Abóbada da Abadia de Beverley

Abóbada da Abadia de Beverley,Inglaterra. As abóbadas góticas, assim como os 
arcos, possuem formato ogival.

Barroco no Brasil
Barroco no Brasil foi introduzido no início do século XVII pelosmissionários católicos, especialmente jesuítas, que trouxeram o novo estilo como instrumento de doutrinação cristã. O poema épico Prosopopéia(1601), de Bento Teixeira, é um dos seus marcos iniciais. Atingiu o seu apogeu na literatura com o poeta Gregório de Matos e com o orador sacroPadre Antônio Vieira, e nas artes plásticas seus maiores expoentes foramAleijadinho, na escultura, e Mestre Ataíde, na pintura. No campo daarquitetura esta escola floresceu notavelmente no Nordeste, mas com grandes exemplos também no centro do país, em Minas GeraisGoiás eRio de Janeiro. Na música, ao contrário das outras artes, sobrevivem poucos mas belos documentos do Barroco tardio. Com o desenvolvimento do Neoclassicismo a partir das primeiras décadas do século XIX, a tradição barroca caiu progressivamente em desuso, mas traços dela seriam encontrados em diversas modalidades de arte até os primeiros anos doséculo XX.
A vasta maioria do legado barroco brasileiro está na arte sacra: estatuária, pintura e obra de talha para decoração de igrejas ou para culto privado. Grande número de edificações e peças individuais de arte barroca já foram protegidas pelo governo brasileiro em suas várias instâncias, através detombamento ou outros processos, atestando o reconhecimento oficial da importância do Barroco para a história da cultura brasileira. Centros históricos barrocos como os de Ouro Preto e Salvador, e conjuntos artísticos como o do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, receberam o estatuto de monumentos da humanidade pela chancela da UNESCO, e esse precioso legado é um dos grandes atrativos do turismo cultural no país, ao mesmo tempo em que se torna ícone identificador do Brasil, tanto para naturais da terra como para os estrangeiros.
Apesar de sua importância, boa parte da arquitetura e das obras de arte barrocas do Brasil ainda estão em mau estado de conservação e exigem restauro urgente e outras medidas conservadoras, verificando-se frequentemente perdas ou degradação de exemplares valiosíssimos em todas as modalidades artísticas; o país ainda tem muito a fazer para preservar parte tão importante de sua história, tradição e cultura. Por outro lado, parece crescer a conscientização da população em geral sobre a necessidade de proteger um patrimônio que é de todos e que pode reverter em benefício de todos, até econômico, se bem manejado e conservado. Museus nacionais a cada dia se esforçam por aprimorar suas técnicas e procedimentos, a bibliografia se avoluma, o governo têm investido bastante nesta área e até mesmo o bom mercado que a arte barroca nacional sempre encontra ajuda na sua valorização como peças merecedoras de atenção e cuidado, forças atuantes que oferecem perspectivas promissoras para sua sobrevivência para as gerações futuras.


Escultura e Pinturas Gótica
estilo gótico designa uma fase da história da arte ocidental, identificável por características muito próprias de contexto social,político e religioso em conjugação com valores estéticos efilosóficos e que surge como resposta à austeridade do estilo românico.
Este movimento cultural e artístico desenvolve-se durante a Idade Média, no contexto do Renascimento do Século XII e prolonga-se até ao advento do Renascimento Italiano em Florença, quando ainspiração clássica quebra a linguagem artística até então difundida.
Os primeiros passos são dados a meados do século XII em França no campo da arquitetura (mais especificamente na construção de catedrais) e, acabando por abranger outras disciplinas estéticas, estende-se pela Europa até ao início do século XVI, já não apresentando então uma uniformidade geográfica.
A arquitetura, em comunhão com a religião, vai formar o eixo de maior relevo deste movimento e vai cunhar profundamente todo o desenvolvimento estético.

O termo

Quando a nova estética se expande além das fronteiras francesas, a sua origem vai ser a base para a sua designação, art français,francigenum opus (trabalho francês) ou opus modernum (trabalho moderno). Mas vai ser só quando o Renascimento toma o lugar da linguagem anterior que os novos valores vão entrar em conflito com os ideais góticos e o termo actual nasce. Na Itália do século XVI , e sob a fascinação pela glória e cânones da antiguidade clássica, o termo gótico vai ser referido pela primeira vez por Giorgio Vasari, considerado o fundador da história da arte. Aos olhos deste autor e dos seus contemporâneos, a arte da Idade Média, especialmente no campo da arquitectura, é o oposto da perfeição, é o obscuro e o negativo, relacionando-a neste ponto com os Godos, povo que semeou a destruição naRoma antiga em 410. Vasari cria assim o termo gótico com fortes conotações pejorativas, designando um estilo somente digno de bárbaros e vândalos, mas que nada tem a ver com os antigos povos germânicos (visigodos e ostrogodos).
Somente alguns séculos mais tarde, durante o romantismo nas primeiras décadas do século XIX, vai ser valorizada a filosofia estética do gótico. A arte volta-se novamente para o passado, mas agora para o período misterioso e desconhecido da Idade Média. Goethe, também fascinado pela imponência das grandes catedrais góticas na Alemanha, vai acabar por ajudar ao impulso desta redescoberta da originalidade do período gótico, exprimindo as emoções que lhe são despertas ao admirar os gigantes edifícios de pedra.
Neste momento nasce o neogótico que define e expande o gosto pela utilização de elementos decorativos góticos e que reconhece pela primeira vez as diferenças artísticas que separam o estilo românico do gótico.

Contexto e primeiros passos

Os séculos XI e XII são séculos de mudanças sociais, políticas e económicas que em muito vão fazer despoletar as necessidades de uma expressão artística mais adequada às novas premissas sociais.
O comércio está em expansão e a Flandres, como centro das grandes transacções comerciais, leva ao desenvolvimento das comunicações e rotas entre os diversos povos e reduz as distâncias entre si, facilitando não só o comércio de bens físicos, como também a troca de ideaisestéticos entre os países. A economia prospera e nasce um novo mundo cosmopolita que se alimenta do turbilhão das cidades em crescimento e participa de um movimento intelectual em ascensão.
Paralelamente assiste-se ao crescimento do poder político representado pelo monarca e à solidificação do Estado unificado, poderosa entidade que vai aspirar a algo que lhe devolva a dignidade e a glória de outros tempos e que ajude a nação a apoiar a imagem do soberano .
A igreja, por seu lado, vai compreender que os fiéis se concentram nas cidades e vai deixar de estar tão ligada à comunidade monástica, virando-se agora para o projecto do que será o local por excelência do culto religioso, a catedral. Ao contrário da construção humilde e empírica do românico, a construção religiosa gótica abre portas a um espaço público de ensinamento da história bíblica, de grandiosidade, símbolo da glória de Deus e da igreja, símbolo do poder económico da burguesia, do estado e de todos os que financiaram a elevação do emblema citadino.